quarta-feira, abril 23, 2008

DIA MUNDIAL DO LIVRO

Ler ou não ler: eis a questão!

Rossaly Beatriz C. Lorenset
Instituído pela Unesco, celebra-se em 23 de abril o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, data propícia para reflexões. Os lares brasileiros ainda são pouco receptivos ao livro. Como ser uma potência econômica, se não se é uma potência cultural?
O Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional (Inaf) aponta, no país, 16 milhões de analfabetos absolutos acima de 15 anos de idade; um terço da população é composto por analfabetos funcionais; somente um em cada quatro jovens e adultos consegue compreender totalmente as informações contidas em um texto e relacioná-las com outros dados. Os brasileiros despendem 18,4 horas assistindo à televisão por semana e apenas 5,2 horas com leitura, no mesmo período. Os dados são de uma pesquisa que avaliou e comparou os hábitos em relação à mídia, em 30 países.
É fácil entender porque se lê menos do que se vê televisão. A leitura é uma atividade solitária. Requer silêncio e concentração. Exige comprometimento e engajamento com aquilo que se lê. A televisão dá a impressão de inserir o indivíduo na comunidade. É só se deixar levar por aquilo que está sendo exibido e partilhado com a audiência... Esta "disputa" desigual entre televisão e livro evidencia o problema da falta do hábito de leitura, que pode ser classificado em duas categorias: cultural e econômica. O primeiro entrave é a questão cultural. O ato de ler é percebido mais como obrigação do que como fonte de prazer. A situação torna-se mais preocupante ao deparar-se com o fato de que a qualidade do ensino passa pelo hábito da leitura.
Faz-se mister a participação de toda a sociedade. É imperioso que pais, mães, mestres, personalidades do poder público, meios de comunicação, entidades prestadoras de serviços, literatos e adeptos da leitura promovam e incentivem atividades que intensifiquem a prática de leitura, disseminando o conceito de que o livro é opção de lazer.

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